O isolamento a que o Planalto Mirandês foi votado durante longos anos ajudou a manter diversas espécies agrícolas e hortícolas locais, já que os agricultores só tinham acesso a estas sementes que iam colhendo e mantendo. Há mesmo variedades de produtos agrícolas que foram esquecidas por não terem sido passadas de geração em geração e outras que foram inclusivamente banidas. Consequentemente, corre-se o risco de que certas espécies se percam, porque as pessoas que as plantam são pequenos agricultores que já têm idade avançada e porque a generalização do uso de sementes híbridas na agricultura tem contribuído para aumentar a falta de variedade e a dependência dos agricultores.
Com realização desta actividade, a PALOMBAR pretende promover o reconhecimento de uma antiga planta forrageira de proveniência desconhecida, a Vicia Articulata, designada na região por "parda", "ervilhaca-parda" ou “garroba”, cultivada em solos mais pobres para produzir fenos.
Com esta iniciativa, procuraremos ainda fomentar a sua recolha, cultivo e conservação, nomeadamente através da reintrodução do seu uso. Como está melhor adaptada ao contexto local, diminui os problemas fitossanitários, e assim a poluição gerada pela utilização de biocidas. Estaremos ainda a contribuir para o melhoramento do habitat da perdiz-vermelha, que prefere a mata emaranhada que resulta da mistura da garroba e do centeio para fazer o seu ninho. Além disso, o feno produzido é mais rico do que algumas sementes (como o centeio ou a ervilhaca) e mesmo do que outros fenos (como a luzerna ou o trevo dos prados).
Dada então a sua possível cultura em solos secos, pouco férteis e xistosos, a garroba em parte resolverá o problema da fertilização destes, dando, conforme os casos, uma grande produção de semente e palha, forragem verde ou feno, o que traz grande vantagem para o agricultor, que encontra nela a alimentação dos seus animais e o enriquecimento das suas terras em azoto.
Envolva-se e colabore connosco!
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