19 e 20 de Novembro de 2011
As florestas nativas representam um dos principais ecossistemas terrestres, quer pelo seu valor ecológico, quer pelo potencial económico e social que encerram.
Constituem sistemas complexos, dominados por árvores autóctones, integrando também a restante flora, fauna, fungos e outros organismos. Estes elementos estabelecem entre si relações duradouras e auto-sustentáveis que permitem a sua manutenção sem necessidade de intervenção do homem.
Em Portugal, a ocupação secular do território conduziu à degradação do coberto vegetal natural, dominado por florestas de carvalhos, e provocou profundas transformações da paisagem florestal.
Actualmente, verifica-se a prevalência de áreas florestais ocupadas por povoamentos compostos, maioritariamente, por pinheiro-bravo e eucalipto, facto que, em larga medida, resulta do predomínio de modelos de desenvolvimento silvícola de base predominantemente produtiva.
A população, em geral, não reconhece as funções desempenhadas pela floresta autóctone, o que constitui um dos principais factores de ameaça à sua conservação. O seu papel fundamental na conservação dos ecossistemas naturais e na preservação da biodiversidade; na regulação e depuração de sistemas hídricos; na manutenção da estrutura, fertilidade e fixação dos solos; o seu potencial enquanto sumidouros de carbono, contribuindo como tampão face às alterações climáticas, a sua resistência à propagação do fogo e o seu elevado valor paisagístico, são aspectos em grande parte ignorados.
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