Os agricultores da área de influência da albufeira de Alqueva, Alentejo, têm agora uma
Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais onde podem recorrer para iniciar a produção biológica de Plantas Aromáticas e Medicinais (PAM).
Os campos alentejanos poderão dar origem a diferentes ervas, tais como, segurelha, tomilho, estragão francês, salva, funcho, calêndula, hortelã. Muitas destas espécies já estão a ser cultivadas no Monte do Pardieiro, em Messejana, sede da Academia.
O projecto é promovido por três entidades, nomeadamente a EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva), o CEVRM (Centro de Excelência e Valorização de Recursos Mediterrânicos) e o Monte do Pardieiro.
«A EDIA assegura a coordenação geral do projecto, realiza e coordena, com os outros parceiros, as acções de promoção, divulgação e formação da “Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais de Alqueva”.
O CEVRM enquadra e apoia a fase de implementação de projectos na área das PAM, disponibilizando-se igualmente para, na medida das suas possibilidades, prestar apoio nas áreas da transformação, armazenamento e comercialização.
Por seu turno, o Monte do Pardieiro assegura a realização de acções de demonstração, através de dias abertos, de actividades relacionadas com a produção de PAM, prestando, nestes dias, os esclarecimentos técnicos que se afigurem necessários», explica José Costa Gomes e Ana Palma, responsáveis pelo projecto na EDIA.
Os potenciais interessados em investir nas PAM têm através da coordenação destas três entidades, apoio à implementação do projecto a diversos níveis, «desde a escolha de culturas, melhores técnicas, transformação e comercialização».
«Com a criação da Academia das Plantas Aromáticas e Medicinais de Alqueva procura-se apoiar a implementação de novos projectos, a nível da produção, transformação e comercialização, por forma a criar condições para a sua futura sustentabilidade técnico-económica», acrescenta José Costa Gomes e Ana Palma.
A Academia nasce por se verificar um «crescente interesse» dos agricultores da região alentejana «e de potenciais investidores» pelas ervas aromáticas. O interesse pelas PAM sobressai igualmente por não requisitar grandes extensões de terreno para a sua produção.
Os agricultores têm uma oportunidade de rentabilizar uma pequena parcela de terra e a região assiste à criação de postos de trabalho e à dinamização da economia.
José Costa Gomes e Ana Palma pormenorizam que as PAM «são culturas adaptadas a menores áreas de produção, áreas estas que a EDIA tem o máximo interesse em viabilizar e potenciar». Contudo a transformação e comercialização necessitam de uma escala maior, por isso, a Academia pretende ainda formar uma Organização de Produtores (O.P.).
«A produção de PAM, com algumas excepções, desenvolve-se em pequena propriedade, consistindo numa alternativa para este tipo de explorações. A transformação e comercialização destes produtos requerem uma escala maior.
A Academia pretende assim criar «uma fileira completa de produção de PAM, que se articule numa futura Organização de Produtores (O.P.), ainda a criar», sublinham os nossos interlocutores.
As actividades da Academia, dias abertos e acções de formação, estão ao alcance de qualquer pessoa, «agricultor já instalado, em vias de instalação ou simples curioso. Qualquer uma das entidades está disponível para prestar apoio e esclarecimento sobre potenciais projectos a desenvolver nesta área, na produção, na transformação e na comercialização-. Para fazer parte da Academia não é necessária uma adesão formal, podendo participar nas diversas actividades que se vão desenrolar», afirmam.
In Café Portugal